Draft: Uma montanha-russa de emoções



Tá puto? Eu te entendo. Tá feliz? Respeito a sua opinião. Tá de boa e prefere esperar o que vai vir? Somos dois, brother. 


A real é o que draft é uma montanha-russa de emoções e você tem todo o direito de extravasar, mas fique longe das redes sociais ...


O que falar das 72 horas mais legais deste esporte? Só consigo lamentar que dure tão pouco e que aconteça apenas uma vez a cada 365 dias. Falei em 2020 e repito agora: o draft é o evento mais sensacional da NFL. Foda-se o Super Bowl. Aquilo é bom pra quem tem algo a ganhar, o que não é o nosso caso há 21 anos. 


O caminho para aquele jogo superestimado que não disputamos desde que a minha internet era discada começa no draft. Erros e acertos no recrutamento definem o futuro de várias franquias todos os anos. Desde 2016, quem tem a última palavra na hora de escolher os jogadores para o Titans é o GM Jon Robinson. É um tempo considerável. Portanto, se você ainda não entendeu como ele trabalha, a culpa é sua (tô te chamando de burro mesmo, burro). 


JRob é um GM arrojado. Não é alguém que eu chamaria de loose-agressive, mas certamente o gordinho do noroeste do Tennessee bate no peito na war room e diz: “deixa comigo”. No total, ele tem em seu currículo 9 trade ups e 4 trade downs, o que resultou na seleção de 43 atletas. 


Em 2021, o Titans começou o recrutamento com 9 escolhas, um número bastante considerável. No Dia 2, a franquia recebeu dois picks (92º e 135º) dos Packers pela escolha de número 85. Já no início do Dia 3, o draft capital ficou menor quando entregamos os picks 126, 166 e 232 para ficar com pick 109, que pertencia aos Panthers.


Em ambas essas trocas, segundo o Value Chart, do Jimmy Johnson, o Titans levou a melhor por uma diferença mínima. Não dá pra falar que vendemos caro e nem que compramos barato. Foram preços justos. 


Agora vamos ao que interessa. É hora de falar das escolhas!


1st round, pick 22: Caleb Farley (CB – Virginia Tech) 

Esse pick só foi uma surpresa para quem vive em outro mundo. Não era a minha aposta, mas jamais descartaria essa escolha. JRob mostrou com as seleções de Harold Landry e de Jeffery Simmons que ele não tem medo de investir em jogadores com histórico de lesões. O caso do Farley é mais grave, porém eu acredito que ele tem mais a oferecer caso tenha realmente condições de atuar em alto nível. Estamos falando de um talento de top 10 do draft que ficou disponível perto do fim da primeira rodada. 


Analisando o valor desta escolha, o Titans saiu com um steal. Vou usar sempre consensus big board, do site The Athletic, que é um compilado de 70 boards de analistas contendo o top 300 jogadores do draft. Farley aparecia na 19º posição.


2nd round, pick 53: Dillon Radunz (OT - North Dakota State)

Aqui eu preciso dizer que me pegaram desprevenido. Apostava no combo WR/CB nas primeiras duas escolhas, mas a vontade de finalmente fechar a OL com um bom RT falou mais alto na war room do time. 


Radunz também estava cotado para sair um pouco antes. Muitos acreditavam que ele poderia aparecer perto do fim do primeiro round. No big board, ele ocupava a 50ª posição, com isso, conseguimos mais um steal. 


3rd round, pick 92: Monty Rice (LB - Georgia) / pick 100: Elijah Molden (CB – Washington)

A paciência da galera que já estava quase no fim foi pro saco. E até com razão. Quem é Monty Rice? Não faço ideia, mas posso dizer com tranquilidade que é alguém que não deveria ser um dos 100 primeiros jogadores do draft. É óbvio que o Titans viu neste ILB algo que pouca gente enxergou. No big board, ele aparecia na modesta 132ª posição. 


O reach é evidente, mas era necessário? Acho que não. David Long Jr é um jogador em ascensão e renovamos com o Jayon Brown. Ainda temos o Rashaan Evans no elenco. Então por que mais um ILB? Por que queimar um pick alto desse com um atleta que pode passar 2021 nos special teams? 


Não gostei nada dessa escolha, mas eles compensaram na sequência. Elijah Molden é um dos maiores steals do draft. No big board, ele estava em 59º. 


Ele pode não ter atributos físicos que saltem aos olhos, mas isso não aparece no tape. O baixinho de Washington é um dos melhores slot corners do draft e vai desempenhar um papel importante na temporada. A princípio, eu acredito que ele vai fazer o que o Amani Hooker fazia, porém em pouco tempo ele vai se tornar o nosso slot corner.


4th round, pick 109: Dez Fitzpatrick (WR – Louisville) / pick 135: Rashad Weaver (EDGE – Pitt)

A história se repete. Um reach e logo na sequência um steal. A escolha de Fitzpatrick conseguiu ser ainda mais polêmica que a do Rice. Alguns analistas diziam que ele nem seria selecionado no draft, e nos subimos para pegá-lo no início do 4th round. 


Ele tem características que o Titans procura nos WRs. É alguém grande, que produz após a recepção e que gosta de bloquear. Ele bate os defensores com frequência? Não. Ele agarra tudo que vai em sua direção? Não. Então por que pegar alguém assim tão cedo?


O meu maior problema com o JRob está na decisão dele de deixar o ataque de lado nos últimos dois drafts, ambos com classes incríveis de WRs. O que ele faz? Seleciona alguém questionável no 4th round. Não é o ideal.


Weaver, por sua vez, foi uma escolha incontestável. Cotado para sair no 3rd round, ele caiu, caiu e nós não vacilamos. Veremos bastante o defensor de Pittsburgh na rotação dos EDGEs, o que vai ajudar Landry, Roberson e Dupree a produzirem mais.


6th round, pick 205 Racey McMath (WR – LSU) / pick 215 Brady Breeze (S – Oregon)

Nessa parte do draft, os reaches são liberados e o Titans fez dois. McMath não foi citado no big board, e dificilmente você vai encontrá-lo em qualquer board. Ele teve uma produção ínfima no college. Certamente, é alguém que o Titans entende que pode ajudar no special teams. O mesmo pode se dizer do safety Breeze, que ficou com a 253ª posição no big board. 


São duas escolhas que eu não gosto de criticar ou elogiar. No 6th e 7th rounds, os times precisam improvisar, sempre buscando atletas físicos privilegiados que talvez possam surpreender na NFL. 



O Titans está mais forte após o draft? Sim, porém eu gostaria de ver um investimento maior no ataque. Dito isso, eu aposto que ainda vamos buscar alguns veteranos até o início do trainning camp. O WR veterano Golden Tate pode pintar em Nashville, assim como um TE do calibre de Tyler Eifert. Não vamos igualar o que tínhamos com Jonnu, Corey Davis e Adam Humprhies, porém o ferro vai ser menor.


Confira como ficou o depth chart:


ATAQUE

QBs: Ryan Tannehill e Logan Woodside

RBs: Derrick Henry, Darrynton Evans e Jeremy McNichols

FB: Khari Blasingame

WRs: A.J. Brown, Josh Reynolds, Cameron Batson, Nick Westbrook-Ikhine, 

Chester Rogers, Dez Fitzpatrick (R) e Racey McMath (R)

TE: Anthony Firkser e Geoff Swaim

OTs: Taylor Lewan, Kendall Lamm, Ty Sambrailo, David Quessenberry e Dillon Radunz (R) 

OGs: Nate Davis e Rodger Saffold III

C: Bem Jones e Aaron Brewer


DEFESA:

DTs: Jeffery Simmons, Denico Autry, Larrell Murchison e Teair Tart

OLBs: Bud Dupree, Harold Landry III, Derick Roberson, Olasunkanmi "Ola" Adeniyi e Rashad Weaver (R)

ILBs: Jayon Brown, Rashaan Evans, David Long, Jr e Monty Rice (R) 

CBs: Janoris Jenkins, Kristian Fulton, Kevin Johnson, Chris Jackson, Kareem Orr 

Breon Borders, Caleb Farley (R) e Elijah Molden (R)

S: Kevin Byard, Amani Hooker, Dane Cruikshank e Brady Breeze (R)


SPECIAL TEAMS:

K: -

P: Brett Kern

LS: Morgan Cox

PR/KR: Cameron Batson e Darrynton Evans

Draft: Uma montanha-russa de emoções  Draft: Uma montanha-russa de emoções Reviewed by Diego Scorvo on 03:25 Rating: 5

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