A era Vince Young (parte 01)

Recrutado em 2006, Vince Young chegou no Tennessee com status de fenômeno, o QB da Universidade do Texas havia chocado o mundo quatro meses antes no Rose Bowl. Jogador mais valioso daquela final, para muitos o melhor jogo da história, o jovem subiu nos scouts e levou sua universidade ao título universitário depois de uma seca de 46 anos. Após a magistral atuação, ele desbancou os favoritos, Matt Leinart e Jay Cutler e foi o primeiro QB a ser escolhido no draft.
Dizem as más línguas que Jeff Fisher e o antigo General Manager do Titans, Floyd Reese, preferiam Cutler, jogador de Vanderbilt, universidade localizada em Nashville. Porém o pedido veio de cima, Bud Adams queria Vince Young. O dono do time acreditava que o camisa 10 dos Longhorns poderia substituir o maior jogador da franquia, Steve Mcnair. A ordem foi acatada e na terceira escolha do draft universitário de 2006, o Tennessee Titans escolheu Vince Young, QB da Universidade do Texas.
Ciente que Vince Young estava cru para NFL, Jeff Fisher anunciou que Billy Volek seria o QB titular do Titans na temporada regular. Depois de péssimas atuações na pré-temporada, o eterno reserva de Steve Mcnair foi trocado com o Charges e restou ao Titans contratar o veterano Kerry Collins. Com apenas uma semana na equipe, Collins foi o titular do Titans nas quatro primeiras partidas da temporada. Após derrotas e inúmeras interceptações, Fisher decidiu que o calouro Vince Young seria o titular no duelo seguinte contra o Cowboys. Como esperado, o quaterback enfrentou inúmeras dificuldades, e a derrota foi inevitável. Para sua sorte, Albert Haynesworth roubou a cena depois de pisar na cabeça do center do Cowboys, André Guroude. O DT foi expulso e suspenso pela NFL. Na partida seguinte outra derrota, agora para o rival Indianápolis Colts. Apesar do infortúnio, Vince Young se saiu muito bem e o Titans foi derrotado por apenas 1 ponto. Na semana seguinte, veio à primeira vitória e fora de casa. O Tennessee derrotou o Washington Redskins por 25x22, com grande atuação do RB Travis Henry, que correu para 172 jardas. No fim da partida o Titans chegava a bye week com 1 vitória e 5 derrotas.
Depois da semana de descanso, outra vitória e a primeira do ano jogando no LP Field. A vítima da vez foi o Houston Texans, rival de divisão que deixou Vince Young passar no draft, preferindo o DE Mario Williams. Na próxima partida, em Jacksonville o Titans não foi páreo para os Jaguas e time saiu de campo com 37 pontos na sua conta. O domingo seguinte guardava grandes emoções. O duelo era contra Baltimore Ravens, antigo rival de divisão, mas o que chamava à atenção não era a rivalidade e sim o QB adversário. O jogo marcava a volta de Steve McNair ao LP Field, após o ídolo da franquia ser cortado na off season. O camisa 9 acabou migrando para o antigo rival, como Derrick Mason e Samari Rolle haviam feito. A partida foi equilibrada e Vince Young conseguiu fazer frente ao seu maior ídolo. Após a derrota, o time engrenou e conseguiu vencer as seis partidas seguintes, chegando à última rodada com condições de brigar por uma vaga nos playoffs.
InVINCEble
Dentre as seis vitórias consecutivas é impossível não lembrar dos triunfos contra New York Giants e Houston Texans. O Tennessee não tinha um grande time, a defesa era fraca, com uma secundaria limitadíssima. O ataque não dispunha de grandes recebedores e a linha ofensiva era muito inexperiente. Vince Young estava praticamente sozinho, ao seu lado apenas Travis Henry e Drew Bennett, dois experientes atletas que já haviam mostrado o seu valor na liga, mas não eram TOP nas suas posições.
O jogo contra o New York Giants é épico, heróico, marcante e inesquecível. Após abrir 21 x 0, o time visitante parecia que ia golear o Titans. A defesa do Tennessee apareceu e conseguiu estancar a sangria, mas o ataque continuava anêmico, incapaz de pontuar nos três primeiros quartos. No último período, Vince Young entrou em campo determinado a virar aquela partida. Contando com ajuda defensiva do Pac Man Jones, o ataque do Titans foi soberano e marcou 24 pontos em menos de 15 minutos, um recorde da franquia. Após aquela vitória, ficou provado que o Titans não tinha o melhor QB da liga, mas dispunha de um jogador incansável, capaz de virar qualquer partida. Após chocar a NFL contra o Giants, Vince Young viajou para Houston, sua terra Natal. Após ceder o empate ir para a prorrogação, o Titans recebe faltando pouco menos de 6 minutos. Era uma 3º para 13, o time precisava de poucas jardas para chutar o field goal da vitória. Pressionado pela defesa texana, Vince Young conseguiu achar uma brecha e correu para 37 jardas, marcando o touchdown da vitória. A torcida, perplexa com o que via não teve outra reação a não ser aplaudir de pé o filho que ela havia negado meses antes. Além das duas vitórias, Vince Young ainda conseguiu virar o jogo contra o Buffalo Bills e derrotou o Colts, algoz do Titans nas últimas três temporadas.
Com todos os resultados lhe favorecendo, na última rodada bastava ao Titans derrotar o New England Patriots. Mesmo jogando nos seus domínios, o ataque do Tennessee não foi páreo para a defesa adversária e viu o sonho da pós-temporada ficar para o ano seguinte. Com um record de 8 vitórias e 4 derrotas, Vince Young saiu de campo com a cabeça erguida, e conquistou o prêmio de calouro do ano, o que alimentava ainda mais as esperanças em relação ao seu jogo.
A era Vince Young (parte 01) A era Vince Young (parte 01) Reviewed by Diego Scorvo on 23:43 Rating: 5

2 comentários

REI disse...

Infelizmente, esta foi a melhor temporada de VY nos Titans!!!

Professor Marcelo Arantes disse...

Putz parecia que o garoto ia virar aqui ... pena! Não basta talento prá ser QB na NFL, tem que estudar o jogo!

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